O consolo e apoio no Louvor & Adoração

Tenho escrito a semanas sobre Líderes Musicais, Ministros de Música, Sacerdotes, Adoradores, etc. Hoje quero falar sobre mais um grande líder, este, é pouco conhecido pelos seus “feitos”, infelizmente ele é quase que exclusivamente conhecido apenas como o companheiro de Paulo.

Vamos falar de Barnabé, homem que seria totalmente qualificado para liderar um “Ministério Musical” em nossos dias.
Poucos personagens bíblicos nos inspiram tanto quanto Barnabé. Seu nome quer dizer FILHO DA CONSOLAÇÃO, e é mencionado em apenas três situações na bíblia, e em cada ocasião, está proporcionando consolo, encorajamento e apoio a todos que o cercam.
“Barnabé parecia trabalhar constantemente para fazer com que as pessoas se sintam bem a seu próprio respeito, e creiam em si próprias” Anthony Campolo.
Creio que Barnabé pode nos ensinar o quê deveria ser a principal característica de nossos “Lideres Musicais”. Vamos verificar neste estudo três qualidades de consolo e apoio necessários aos nossos ministérios musicais.

Barnabé trazia consolo e apoio a “Igreja”.

Em Atos 4:36, 37, encontramos Barnabé vendendo a sua propriedade a fim de ajudar a igreja a desempenhar sua missão. Ele acreditava tanto no que a igreja representava que estava disposto a sacrificar tudo o que tinha a fim de encorajá-la a cumprir sua tarefa.
Não havia dúvida de que Barnabé acreditava na igreja. Conseqüentemente, a igreja foi capaz de acreditar em si mesma.

O bem estar da congregação é um dos principais papéis dos ministros musicais de nosso tempo. Temos a responsabilidade de encorajar nossas congregações a cantar e dar graças a Deus todos os domingos (cultos), temos que apoiar o povo na entrega de seu coração e amor a Deus. Temos muitas vezes até que auxiliar a convence-los de que precisam disso.
Não podemos nos livrar desta situação, somos nós quem Deus escolheu para este ministério, o problema é que muitas vezes temos a visão errada do porquê existimos como ministros.

Anthony Campolo tem uma definição sobre ministério maravilhosa:
“Ministério significa erguer as pessoas que estão por baixo. Quando elas se sentem como nada, devemos fazer que se sintam especiais. Quando se sentem sem valor algum, devemos fazê-las sentir infinitamente preciosas”.
Esta é nossa principal função, nós não fomos chamados para ensaios e reuniões, nunca fomos chamados para sermos “burocratas” engessados dentro de uma fórmula religiosa de comportamento e visão. Afinal Jesus não disse: “Eu vim para que tenhais reuniões”. Temos que entender nossa utilidade, para que possamos entender o que fazer com nossos dons e ministérios.

Gosto muito do Rick Warren diz: “Muitos cristãos são servidos pela igreja, mas não a amam”.

Esta é infelizmente a situação de muitos de nossos líderes musicais, eles não amam suas congregações, elas acabaram se transformando em um fardo pesado e incômodo de se carregar. Eles normalmente estão mais preocupados com suas posições, do que utilizar estas para o bem do povo.
Sei que corro um enorme risco ao afirmar que para mim, o melhor exemplo de líderes musicais assim é o personagem, de um certo programa humorístico, chamado: Deputado. Ele simplesmente deixa claro que o povo só presta para votar e sofrer.
Não concordo com essas afirmações, mas nós ministros musicais muitas vezes temos estas atitudes camufladas.
Quantas vezes você já ouviu: “Vamos cantar esta música, ela é muito legal”, “Não cantaremos esta música, ela é muito ruim, olha só seu ritmo”, Etc…

Estas são atitudes que infelizmente são rotina em muitos de nossos ministérios; líderes musicais que escolhem as músicas por seus gostos pessoais, e “achometros”, não pensam que seu único e exclusivo objetivo é o de tratar com as pessoas, e muitas vezes sujar “suas mãos”, com problemas que não lhes pertence, mas afinal, foram as pessoas separadas para este ministério.
Escolher as músicas adequadas com a realidade que o povo esta vivendo é apenas mais uma de nossas responsabilidades.

Sempre me lembro da vez em que toquei bateria na minha antiga igreja.
Tive um dia de intensa preparação, com nosso tecladista, iria tocar bateria dentro de um culto menor (acho que era numa terça-feira), a igreja tinha cerca de 20% das pessoas que freqüentavam a igreja aos domingos. Bateria não é meu instrumento predileto, mas nosso baterista não podia tocar (não me lembro por qual motivo), então eu tinha que tentar substitui-lo. Bem sabia que iríamos tocar 6 músicas, sabia quais eram, e estava totalmente nervoso e com um medo irritante de errar, ainda mais quando o baixista chegou e disse: “É você quem vai tocar???”. O guitarrista olhava para mim com um olhar muito esquisito, todos os vocalistas conversavam entre si, o único que estava tranqüilo era justamente o tecladista e o líder de louvor, foi quando o culto começou.
Cantamos a primeira música ensaiada, tudo normal. Cantamos a segunda, e pensei “Esta tudo certo, graças a Deus”. Cantamos a terceira, sem nenhum erro. Quando estávamos no final da quarta música, olhei para o líder e o vi pegar a lista de músicas, amassar e colocar no bolso. Pensei “Agora estou enrolado, se ele mudar as músicas”. Foi exatamente o que ele fez, até mais, porquê estava tudo tão bom no meio do povo que ele começou a improvisar, pegava metade de uma música, depois ia para o refrão da outra, fez uma verdadeira salada com as músicas. Fiz o melhor que pude, mas o melhor que pude fazer não foi muito suficiente.
Depois fui perguntar ao líder porquê mudou a lista justamente quando eu estava tocando, afinal ele sabia que eu não tocava bateria, estava apenas “quebrando um galho”, foi quando ele me disse: “Jorge; olhe o povo saindo do culto, todos estão satisfeitos; todos responderam ao chamado da adoração; eles não estão preocupados se você errou o tempo ou o andamento da música, eles vieram aqui para adorar, e fizeram”.

Eu estava tendo justamente a atitude que tanto recrimino, estava pensando no meu bem estar, nem me preocupei com a congregação que não tinha nada a ver com nossas falhas musicais. Eles estão ali para adorar, e é nossa responsabilidade faze-lo, não importa como, se tivermos de tocar músicas que não nos agrada, faremos porque está trazendo a presença doce do Espírito para a vida das pessoas. Nos agradaremos com isso.

Temos que ter a mesma visão que barnabé tinha em relação à igreja, se começarmos a encorajar e apoiar a igreja, certamente a igreja começará a nos encorajar e apoiar. Não é esta a grande reclamação de nossos músicos e líderes musicais, falta de apoio da igreja para com eles, então comecemos a fazer nosso papel, que certamente a igreja fará o dela.

Barnabé trazia consolo e apoio a um “Inimigo”.

Temos em Atos 9, uma das mais belas histórias do resgate da alma perdida que Deus já fez.
Paulo era o líder da perseguição da igreja; no versículo 1 a bíblia faz questão de nos dizer: “Respirando ainda ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor”. Era certo que a igreja o considerava como seu mais proeminente inimigo, e tinha motivos para isso.
Paulo esteve presente no apedrejamento de Estevão, talvez tenha até ajudado a jogar alguma pedra.
“Quando Paulo passou por sua dramática conversão e tentou entrar para a comunidade dos crentes, todos o receberam com alto grau de desconfiança. Mostraram-se compreensivelmente cautelosos em receber seu antigo inimigo como irmão em Cristo. Muitos deles devem ter questionado se Paulo não estaria usando a desculpa de uma conversão com o intuito de espioná-los. Devem ter questionado se esse homem não os denunciaria às autoridades ou os marcaria para o martírio” Anthony Campolo.

Quantos Saulos já passaram por seu ministério?
Quantas pessoas nossos líderes musicais já recusaram em nossos ministérios de música por compreender que a pessoa em questão, não era moralmente aceitável e não tinha o amadurecimento necessário.

Pense no seguinte, quando ninguém acreditava em Paulo, Barnabé acreditou. Precisamos nos perguntar se Paulo teria se tornado o grande e autoconfiante líder se Barnabé não tivesse encorajado e crido nele, e assim permitido a Paulo crer em si mesmo.
Será que Paulo teria tido todas as experiências, que hoje nos edificam, se alguém não tivesse acreditado em sua transformação e conversão.
Quantos Saulo estão jogados em nossas igrejas, por que infelizmente não temos tido líderes como Barnabé, que possam acreditar que são úteis para o reino. Quantos podiam estar dando bons frutos, se encontrassem um único líder que se dispusesse a sair de seu pedestal e andar com ele, ensina-lo, conviver com seus defeitos e problemas, até que chegasse a estatura de “varão perfeito”.

Jesus ama as pessoas perdidas, Ele ama àqueles que estão jogados na lata do lixo, Ele também busca líderes musicais que amem essas pessoas juntamente com ele.

Há alguns sábados atrás meu pastor estava pregando na igreja, quando disse algo que mexeu com todos os presentes, disse: “Deus ama a todos, ama tanto a mim, como o maior assassino da terra”. Todos os “crentes” ali certamente quiseram fazer a pergunta que uma visitante não cristã fez, ela simplesmente levantou a mão no meio da pregação e disse: “Como pode Deus amar essas pessoas que matam, roubam, estupram, etc. Eu simplesmente não entendo”.
O Pastor, amavelmente parou de seguir seu esboço, e respondeu àquela senhora; depois voltou para o que tinha planejado.

É para essas pessoas que nossos cultos e músicas devem ser feito, devemos nos dispor a entrar em suas dúvidas e medos, é um perigoso processo, mas alguém tem de fazer, e Deus escolheu a nós.
Talvez Barnabé teve de usar todo seu prestígio diante dos cristãos, para que pudessem aceitar a Paulo. Talvez Barnabé também tivesse medo, como todos tinham, mas creio com toda minha força que o amor e a compreensão o fizeram acreditar naquele homem.
“Saber o que é certo e agir de acordo, são proposições diferentes. Uma coisa é ficar confuso sobre o que é certo ou errado; outra muito diferente é ficar confuso sobre o que fazer a respeito” Ron Mehl.

Barnabé trazia consolo e apoio a um “Fracassado”.

Barnabé e Paulo, logo saíram para uma viajem missionária ao redor do “mundo”, levando com eles um jovem chamado João Marcos.
Marcos não resistiu a viajem, não resistiu aos naufrágios, perseguições, doenças e viu tantas encrencas que ele acabou desistindo, voltando para casa como um fracassado e humilhado.
Quando Barnabé e Paulo voltaram, Marcos pediu uma segunda chance, ele explicou que estava arrependido do que havia feito. Quase podemos ouvi-lo: “Por favor, dê-me mais uma chance. Leve-me na próxima viagem missionária. Dê-me mais uma oportunidade, prometo que não os deixarei na mão outra vez”. Paulo juntamente com outros recusou os apelos daquele jovem.

O incrível aqui é como Paulo pode recusar o apelo do jovem Marcos, justamente o Paulo que escreveu: “Se um homem chegar a ser surpreendido em algum delito, vós que sois espirituais corrigi o tal com espírito de mansidão; e olha por ti mesmo, para que também tu não sejas tentado”. Mas tudo bem, Deus têm sempre respostas aos apelos dos aflitos.
Mais uma vez Barnabé fez o que sempre faz, acreditou. Desta vez não é um novato na fé, é um homem experimentado. Posso até ver Barnabé colocando os braços em torno de Marcos e dizendo: “Hei cara, não lhe dê ouvidos. Fique tranqüilo tenho certeza que você tem um grande futuro, e que Deus vai fazer grandes coisas através de você”.
“Graças a Deus que Barnabé teve tal atitude com João Marcos, se não certamente Marcos não teria escrito um dos evangelhos. Nada disso teria acontecido se Barnabé não fosse o FILHO DA CONSOLAÇÃO” Antony Campolo.
Tratar das feridas de pessoas que já conheceram o evangelho é uma tarefa muito mais difícil. Rick Warren diz: “Normalmente gastamos cinco vezes mais energia para reaproximar alguém que está desviado do que ganhar para Cristo uma pessoa que nunca ouviu o evangelho”. Por isso quase ninguém quer fazer isso, preferimos rotular as pessoas de “desviadas” e com isso lavar nossas mãos, do quê procura-las.

Vamos refletir um pouco, você já pensou se Deus fizesse isso conosco, todas as vezes que caímos e erramos. Eu fico desesperado só de pensar nisso, mas será que sou só eu que caio?
Ron Mehl tem uma explicação fantástica para isso: “Pessoas informadas falham todos os dias, só que com mais classe. Pessoas abençoadas pela revelação também caem e a sua queda é mais barulhenta. E os que amam a Jesus também falham, a sua dor e agonia são apenas um pouco mais profunda”.
Quantas pessoas já passaram em nossos ministérios e nem lhes demos a chance de “tentar de novo”, posso rapidamente me lembrar de vários nomes, para minha infelicidade.
Eu posso com toda certeza escrever um livro, cujo título seria, Mil Maneiras de Fracassar, certamente tenho muitas experiências nesse assunto, sobre fracassos morais e eclesiásticos, sou especialista.
Mas como diz Ron Mehl: “O sucesso na vida cristã é desse jeito. È uma viagem memorável e não um destino”. Estou caminhando para o destino que certamente será a glória da presença ilimitada do Pai.

Por isso quando depararmos em nossos ministérios com fracassos humanos, Inimigos em potencial, Estruturas Religiosas temos que entender qual nossa responsabilidade, Barnabé nos auxilia neste ensino.

jesuino23@terra.com.br

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